+14
Escrita por Glalber Duarte.
CAPÍTULO 067
Penúltimo Capítulo
CENA 001. CASA DE MARIANA. INTERIOR. SALA. RJ. NOITE.
(Continuação imediata do capítulo anterior. FUNDO: “Night Search”. MARIANA joga a arma no chão).
MARIANA – Não! Você não está entendendo. Eu não posso ir sem você, estamos juntos nessa, vamos botar pra foder com a vida do ALAN juntos! Se chegamos até aqui, temos que acabar com isso de uma vez por todas. Dá tempo, vamos, vamos pular pela janela do quarto.
PEDRO – Não, MARIANA! Acabou pra mim, eles vão me prender. Agora você, não pode, não pode ser presa por mim.
(O barulho da sirene das viaturas está mais próximo. PEDRO pega a arma e aponta para MARIANA).
MARIANA – O que você vai fazer?!
PEDRO – Se não for eu atiro! Sim, eu atiro, atiro! Não tenho mais nada a perder.
MARIANA – Tu não é louco!
PEDRO – Tenta sorte.
(PEDRO se aproxima, MARIANA se afasta, subindo as escadas).
CENA 002. QUARTO DE MARIANA. INTERIOR.
(MARIANA e PEDRO entram no local).
PEDRO – Cadê as chaves?
MARIANA – Quais?
PEDRO – Do seu quarto, cadê?!
MARIANA – O que você pensa?
PEDRO – Te impedir de tentar me salvar.
MARIANA – Você está louco! Louco!
PEDRO – A casa caiu pra mim, MARIANA. Caiu!
MARIANA – Tu não matou mesmo o SÉRGIO, né?
PEDRO – Não, eu não matei, não matei ninguém!
MARIANA – Porque então está agindo assim?
PEDRO – Estou cansado disso tudo! (T) Cadê, cadê as chaves?
(MARIANA vasculha as gavetas, desesperada. Até que acha as chaves e as entrega para PEDRO. A jovem chora trêmula).
MARIANA – Não acredito que esteja fazendo isso.
PEDRO – Será para o bem de todos.
(PEDRO tateia o bolso e pega o cheque. Estende para MARIANA).
PEDRO – Faça bom proveito desse dinheiro. Por mais que o governo agora venha a melhorar, não quero deixar meu dinheiro com eles. Ele não é capim.
(MARIANA pega o cheque. PEDRO se afasta, ainda apontando a arma para MARIANA. Ao ficar perto da porta, ele joga a arma para ela e sai rapidamente).
CENA 003. CORREDORES/SALA. INTERIOR. NOITE.
(PEDRO fecha e tranca a porta do local. Coloca as chaves no bolso e desce as escadas, no exato momento em que os policiais arrombam a porta, surpreendendo o jovem).
POLICIAL (gritando) – Senhor PEDRO LIMA, você preso por tentar assassinar seu irmão, o jovem ALAN LIMA e por ser suspeito de assassinar o jovem SÉRGIO PEREIRA!
CENA 004. QUARTO DE MARIANA. INTERIOR.
(CLOSE no rosto de MARIANA, ao ouvir a voz do policial. Ela se desespera. Vai à porta, no intuito de tentar abrir, mas para, ao aproximar as mãos na maçaneta, pensa... Pega a arma do chão, guarda o cheque no bolso e se aproxima à janela. Abre e salta).
CENA 005. CASA DE MARIANA. EXTERIOR. VARANDA. LADO B.
(MARIANA rasteja pelo chão, ficando atrás da casa. Ao longe, vê PEDRO sendo levado algemado pelos policiais. A jovem chora).
FLASHBACK
“PEDRO – (...) Quero que você fuja, pegue o cheque, pegue minha arma e saia daqui.
MARIANA – Eu não vou sem você.
PEDRO – Vai, você vai sim!”
FIM DO FLASHBACK
(MARIANA enxuga as lágrimas e se distancia dali).
CENA 006. IML. INTERIOR. QUARTO. RJ. NOITE.
(FUNDO: “Adágio Gotas D'Alma”. Os médicos fazem a autópsia no corpo de LUCIANA. CÂM se afasta dali, vagarosamente, saindo do local).
CENA 007. IML. INTERIOR. CORREDORES.
(MAURO e CAMILA estão abraçados, chorando compulsivamente. Eles se soltam).
MAURO – Você conseguiu falar com o JOÃO?
CAMILA – Sim, liguei. Mas não falei nada. Daqui a pouco ele deve estar aqui.
(JOÃO, no mesmo instante, chega ao local).
JOÃO – CAMILA, eu vim assim que ligou...
(CAMILA e MAURO se viram a JOÃO, que estranha).
JOÃO – Ei? Porque você me pediu pra vir aqui? Porque estão chorando? Cadê LUCIANA? (T) Não! Eu não acredito! Isso não, isso não aconteceu...
MAURO – Minha mulher faleceu, irmão, faleceu.
(JOÃO leva as mãos à boca).
JOÃO (em choque) – Meu Deus!
(MAURO e CAMILA só sabem chorar. JOÃO fica por um momento, sem reação, mas corre para abraçar os dois. CÂM afasta).
CENA 008. DELEGACIA. EXTERIOR. NOITE.
(ALAN sai da delegacia e dá de cara com LUIZ e CARLOS. FUNDO: “Detalhes – Roberto Carlos”. LUIZ se aproxima rapidamente de ALAN e tateia seu rosto, preocupado).
LUIZ – ALAN, amigo, me conta, você está bem? Alguém fez algo contigo?
ALAN – Calma, LUIZ, ninguém fez nada.
CARLOS – Mesmo, ALAN?
ALAN – Sim. (T) Mas agora... (T) Agora estou péssimo... Péssimo. (em lágrimas) Perdi minha mãe!
(LUIZ abraça ALAN, de modo que traga conforto. CARLOS fica a observar).
LUIZ – Não sei o que é isso, realmente não sei, não posso imaginar a dor que esteja sentindo, mas assim, eu estou aqui, sempre estarei contigo, pro que der e vier. Conte comigo sempre pro que precisar. Eu já te disse isso e repito!
(ALAN nada diz, só consegue mesmo é chorar).
CENA 009. DELEGACIA. INTERIOR. SALA DO DELEGADO. NOITE.
(LUCAS fala pelo telefone com RODRIGO. CORTA A MÚSICA).
LUCAS – E então foi isso... ALAN não assassinou ninguém. (T) Sim, venha aqui, pode vir. Você vai alcança-lo a tempo! Venha logo e rápido. (T) Filho, filho! Espera. Queria saber o que você estava fazendo naquela noite. Porque você chegou de manhã em casa.
(CLOSE em LUCAS).
CENA 010. AEROPORTO. INTERIOR. SAGUÃO. CANADÁ. TARDE.
(FUNDO: “Eva - Robson Jorge & Lincoln Olivetti”. LOLÔ caminha pelo salão do local, de salto alto, com algumas maletas. Para pra fotografar com alguns fãs. Até que faz o check-in e embarca no avião).
CENA 011. CASA DE PABLO. INTERIOR. QUARTO.
(FUNDO: “All Time High – Rita Coolidge”. CLOSES contínuos na face de PABLO, em diferentes ângulos, mostrando a indecisão e o sofrimento do jovem. Ele chora, sim, chora, como pouco chorou na vida. Sempre foi um garoto másculo, durão, mas agora chora e sofre. De amor).
CENA 012. DELEGACIA. INTERIOR. SALA DO DELEGADO.
(RAMON entra na sala e vê LUCAS, lá, sentado, pensativo, desolado com a morte de LUCIANA. FUNDO: “Papel Marché – João Bosco”).
RAMON – Eu soube de tudo o que aconteceu... É, acabei sabendo pelos policiais... Assim, estou abalado, mas não tanto quanto você... Você ama LUCIANA ainda, não ama?
LUCAS – Eu não sei... Não tenho certeza se eu a amei, mas ela mexeu comigo, mexeu desde o momento em que a vi... Sei lá, uma pessoa diferente em minha vida.
(RAMON se aproxima e abraça LUCAS pelas costas, passando a mão pelo corpo dele, de uma forma tranquilizadora).
RAMON – Isso passa, vai passar. Eu vou te ajudar a esquecer... Porque eu gosto de você, sempre gostei e sempre vou gostar... Mas não quero te forçar a nada, nem estragar nossa amizade.
LUCAS – Sim, eu te entendo e te respeito. Você é meu melhor amigo, você e RODRIGO são as únicas pessoas que eu tenho!
RAMON (afasta) – Falando nele, onde ele esteve nessa madrugada?
LUCAS – Desolado...
FLASHBACK
(Cenas de RODRIGO caminhando pelas ruas, até chegar à praia de Copacabana. Ele observa o mar, revolto. Se aproxima do local, triste, em prantos. Até que se lança no meio do mar, tentando se matar. As ondas o puxam. Um salva-vidas, que está caminhando pelo local, observa a cena e corre para salvar RODRIGO, mesmo que isso custe sua vida. Após um tempo, o homem carrega o jovem pelos braços e o deita no mar, fazendo respiração boca-a-boca. RODRIGO tosse, acordando e cuspindo água).
FIM DO FLASHBACK
RAMON – RODRIGO ama mesmo ALAN, não?
LUCAS – Sim, ama. Mas, ALAN deixou bem claro que não quer nada com meu filho. Infelizmente!
CENA 013. DELEGACIA. EXTERIOR.
(CARLOS diz, se afastando).
CARLOS – ALAN fique bem, de verdade, agora tenho que ir, eu quero ver VITÓRIA!
ALAN – Aproveite. Isso. Aproveite! Certíssimo.
CARLOS – Porque não faz o mesmo?
LUIZ – CARLOS!
ALAN – Relaxa... Isso não me dói mais... RODRIGO não me merece...
CARLOS – Desculpa ALAN, desculpa mesmo. Vou indo. Abraço!
(CARLOS se retira. Resta ALAN e LUIZ, CÂM se aproxima, eles ficam frente a frente. LUIZ observa as viaturas da polícia chegando ao local).
LUIZ – O que será aquilo, hein?
(ALAN, de costas para a rua, se vira e dá de cara com os policiais retirando PEDRO da caçamba. FUNDO: “Chrissie'sDeath”. ALAN, histérico e furioso, corre em direção ao irmão e o ataca, dando tapas, socos e chutes nele. LUIZ corre atrás, para tentar apartar, já que os policiais não conseguem fazem isso. ALAN murra a face de PEDRO, que rola pela viatura e cai ao chão. ALAN se joga em cima do irmão e desfere alguns socos dele).
PEDRO – Seu covarde, tá me batendo só porque estou algemado né?
ALAN – Você sabe que eu tenho capacidade pra te arrebentar mesmo se conseguir se defender. Eu acabei contigo quando você fez com que meus pais descobrissem minha homossexualidade. Mas isso é pouco, seu imprestável (soco) Você viu o que fez? Soube que mamãe morreu?! Soube (soco), seu infeliz?! Desgraçado! (soco) Ordinário!
(Os policiais retiram ALAN de cima de PEDRO. LUIZ puxa ALAN para si e abraça o amigo, de modo que o contenha de agredir ainda mais PEDRO, que fica imóvel, com a notícia dada por ALAN).
LUIZ (p/ os policiais) – Me desculpem pelo meu amigo, ele está abalado, não deveria ter feito isso, me desculpem.
POLICIAL – Dessa vez passa, mas da próxima, é cana.
(PEDRO cospe sangue e é levado para dentro da delegacia. ALAN se vira a LUIZ e o abraça mais uma vez).
ALAN – Me leva daqui, por favor, me tira daqui, eu não quero mais ficar nesse lugar. Me tira daqui!
LUIZ – Calma, por favor, calma! Vou te levar daqui.
(LUIZ e ALAN saem do local).
CENA 014. CASA DE LUCAS. INTERIOR. SALA. RJ. NOITE.
(RODRIGO corre pela sala, já arrumado e sai do local).
CENA 015. DELEGACIA. INTERIOR. SALA DO DELEGADO.
(FUNDO: “Night Search”. PEDRO depõe para LUCAS, o áudio da conversa em OFF).
CENA 016. RUAS DO RIO DE JANEIRO. NOITE.
(LUIZ e ALAN andam pelas ruas e alguém, portando uma arma, cruza por eles. CLOSE em uma das mãos, abaixada, a que segura a arma).
CENA 017. SALA DO DELEGADO. NOITE.
(PEDRO se levanta assustado).
PEDRO – Eu posso sim, ter tentado esfaquear ALAN, fui eu, eu mesmo, mas ter matado SÉRGIO?! Eu não fiz isso, não fiz!
LUCAS – De uma forma ou de outra, você será preso, por tentativa de assassinato. Sobre o caso do SÉRGIO, estamos investigando. O resultado irá sair e a verdade prevalecer.
PEDRO (histérico) – Não, não, isso não! Eu não matei o SÉRGIO, não matei, não matei!
(LUCAS se levanta e se aproxima de PEDRO).
LUCAS – Por favor, vamos comigo.
PEDRO – Vocês estão me incriminando por algo que eu não fiz! Eu não matei SÉRGIO, não matei! Vocês precisam acreditar em mim. A história da RAQUEL bate, eu posso ter ameaçado SÉRGIO, mas eu não o matei, não o matei.
LUCAS – Não é esse o motivo da sua prisão!
PEDRO – Sim, é! Você está mentindo pra mim, está, está!
(LUCAS segura PEDRO, que se debate, gritando, histérico. O policial escora o jovem na mesa. Alguns policiais aparecem por terem ouvido os gritos e ajudam a imobilizar e algemar novamente PEDRO).
CENA 018. RUAS DO RIO DE JANEIRO. NOITE.
(ALAN e LUIZ andam por umas ruas desertas, só os dois no local. Até que alguém os surpreende, apontando uma arma pra eles. A pessoa é nada mais nada menos do que MARIANA, que está transtornada).
ALAN (assustado) – MARIANA! O que é isso? O que você vai fazer?
MARIANA – Acabar com a tua vida, seu desgraçado!
LUIZ – Você está louca?
MARIANA – Sim, estou louca! ALAN arruinou a minha vida. E agora vai pagar, vai pagar muito caro, mas antes, virá comigo.
(MARIANA segura no braço de ALAN, mas LUIZ empurra a jovem. Ela se recompõe e aponta, quase segurando no gatilho, em LUIZ).
MARIANA – Você está doido?! Quer morrer aqui agora?
LUIZ – Eu não vou deixar que leve ALAN daqui.
ALAN – LUIZ, deixe, por favor, deixe que ela me leve, eu não quero ver seu mal.
LUIZ – Amigo, mas/
ALAN – Por favor!
(LUIZ cede e ALAN se aproxima de MARIANA, que o rende, apontando a arma na altura de sua cintura).
MARIANA – Se ousarem em tentar me atrapalhar, ALAN leva bala. Ouviram bem?! ALAN leva bala!
(MARIANA se afasta lentamente dali, com ALAN. Num impulso, LUIZ corre pra tentar ajudar o amigo).
ALAN – LUIZ, não!
(MARIANA percebe e se vira, atirando em LUIZ, que cai ao chão. CORTES no rosto de ALAN e por fim, CLOSE no rosto maligno de MARIANA).
A SEGUIR CENAS DO ÚLTIMO CAPÍTULO
- MARIANA chega com ALAN na delegacia.
- RODRIGO entra correndo na delegacia.
- LUCAS negocia com MARIANA a vida de ALAN.
FIM DO CAPÍTULO
Comentários
Postar um comentário