Escrita por Glalber Duarte.
CAPÍTULO 066
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CENA 001. DELEGACIA. INTERIOR. SALA DO DELEGADO. RJ. TARDE.
(Continuação imediata do capítulo anterior. LUCAS está surpreso).
LUCAS – Como? Você e SÉRGIO então já se conheciam há bem mais tempo, não?
RAQUEL – Sim, eu disse, mas vou finalizar. SÉRGIO e BRENO eram muito amigos...
FLASHBACK
(Mostra-se cenas de SÉRGIO e BRENO, os dois, bem unidos. RAQUEL fala, em OFF).
RAQUEL – Eles eram amigos, sim, eram. Mas SÉRGIO se mostrava muito interessado em mim.
LUCAS – Então SÉRGIO nunca foi gay e sim, bissexual?
RAQUEL – Sim, eu fiquei pasma quando vi aquela conversa de PEDRO e SÉRGIO, nunca imaginaria que ele fosse gostar de homens, SÉRGIO disfarçava bem... Dava em cima de mim... Até que BRENO descobriu, os dois discutiram e resolveram se tornar rivais.
(CORTA PARA uma conversa de SÉRGIO e RAQUEL, os dois estão em um dos becos da comunidade).
RAQUEL (irada) – Você ainda tem coragem de revelar que provocou a morte do BRENO e pensa que vou te perdoar por isso?
SÉRGIO – Eu fiz porque eu queria você, a qualquer custo!
RAQUEL –Está completamente enganado, você nunca irá me ter, nunca. Quero que fique bem longe de mim, isso não tem perdão. Você o enganou, disse que queria o perdão dele, mas na verdade, o afundou nas drogas e o matou. Planejou tudo isso!
SÉRGIO – Eu tô arrependido, arrependido de tudo, não quis fazer isso por mal.
RAQUEL – Não quis, né? Pagou pra aquela garota ter beijado BRENO, né?
SÉRGIO – Sim, eu não queria você com ele, mas sim, comigo!
(CLOSE em RAQUEL, a lembrança passa como um flash em sua cabeça).
_CAPÍTULO 019 / CENA 001_
“(RAQUEL para de bater na garota e vai sair, quando BRENO a pega pelo braço).
BRENO – Amor, me ouve/
RAQUEL – Não quero ouvir nada! Tá tudo terminado. Vá se foder, você e essa piranha, vagabunda, cachorra.
(RAQUEL empurra BRENO e segue)”.
RAQUEL – Você calculou, sabia que BRENO ficaria mal com isso tudo, ficaria frágil... Decidiu se aproximar dele, como uma cobra, que se aproxima de sua presa. Você fez isso e deu o bote. Se aproveitou da tristeza de meu amor...
SÉRGIO – Eu estou errado, sim, mas eu preciso de você, preciso do seu amor.
RAQUEL – Nunca terá meu perdão, nunca! Só Jesus poderá fazer isso na sua vida, enquanto isso, farei de tudo para acabar com ela!
(RAQUEL se retira).
FIM DO FLASHBACK
(LUCAS fica pensativo e questiona RAQUEL).
LUCAS – Jura que você não assassinou SÉRGIO?
RAQUEL – Diante de Deus, eu não fiz isso! Não fiz! O que eu falei, foi na hora da raiva. Tenho certeza de que foi PEDRO.
LUCAS – Tem provas disso?
RAQUEL – Eu não já te mostrei?
LUCAS – Provas em relação ao possível assassinato. Enquanto você mesma também ameaçou o jovem.
RAQUEL – Mas aquilo foi da boca pra fora.
LUCAS – Tanto o que PEDRO pode ter dito, também possa ser de boca pra fora. Concorda comigo, não?
RAQUEL – Se fosse assim, eu já poderia ter matado SÉRGIO há muito tempo, né? Porque faz, muito tempo, que BRENO morreu e que eu soube do envolvimento do rapaz nisso tudo.
LUCAS – Você disse que iria ferrar com a vida dele.
RAQUEL – E eu planejei fazer isso, gravando a conversa dele com PEDRO. Mas não imaginaria que SÉRGIO estivesse morto. Não seria capaz de fazer isso com ele. Eu soube, sabe como é, notícia ruim corre rápido, ainda mais onde moro, muita gente fofoqueira...
LUCAS – Eu não entendo a certeza a qual afirma que PEDRO possa ter matado SÉRGIO. Talvez tenha sido outra pessoa, ou até você mesma, a ter assassinado o jovem.
RAQUEL – Pelo sangue de Jesus, quero que Deus me castigue, se eu estiver mentindo! (T) Eu conheço muito bem PEDRO, ele e SÉRGIO se uniram para desgraçar com ALAN, inúmeras vezes eu vi os dois conversando, PEDRO indo usar cocaína. Tenho certeza disso por causa da conversa, eu não ameacei matar SÉRGIO, mas PEDRO, sim.
LUCAS – Preciso falar com PEDRO, fazer uma busca na casa dele... Vou falar com o pai dele ou com ALAN e perguntar. Por enquanto, está liberada, mas, quero que deixe seu endereço aqui, pra qualquer coisa.
RAQUEL – Sem problemas...
(RAQUEL anota num papel seu endereço).
LUCAS – Eu só não compreendo uma coisa: Como SÉRGIO conseguiu se fingir de fisioterapeuta?
RAQUEL – A família dele tem dinheiro, tanto que ele não mora na favela. Mas, resolveu se entregar ao mundo do crime, ao mundo das drogas... É triste isso, muito triste. SÉRGIO chegou a se formar. Exerceu por um tempo a profissão, até se entregar a esse mundo.
CENA 002. DELEGACIA. INTERIOR. ENTRADA.
(FUNDO: “Last Dance – Donna Summer – *ATÉ O MINUTO 1:15* –”. LUCIANA e CAMILA entram na delegacia. A primeira, histérica. MAURO vai de encontro à mulher, que se esquiva).
LUCIANA – Cadê meu filho?! Cadê? Eu quero ver meu filho!
(Nessa hora, RAQUEL e LUCAS saem da sala. Ele dá de cara com a mulher).
FLASHBACK
_CAPÍTULO 010 / CENA 002_
“LUCAS – Ninguém me perguntou, mas vou responder, meu nome é LUCAS.
LUCIANA – Prazer.
LUCAS – É todo meu.
RAMON – Satisfação, porque prazer só com homens.
(Os três riem. RAMON joga os cabelos de LUCIANA).
RAMON – Venha, vamos nos divertir. A vida é uma só, temos que nos alegrar. Ninguém sabe o dia de amanhã.
LUCIANA – Como assim?
LUCAS – Eu e o RAMON estamos indo à balada. É LGBT, não sei se tem algum problema pra você.
LUCIANA – Nenhum.
RAMON – Então, querida, vem com a gente.
LUCIANA – Desculpa, mas estou desprevenida... Tô sem dinheiro algum.
RAMON – Se é um convite... Lógico que pagarei pra você.
LUCIANA – Não sei... Fico sem jeito...
LUCAS – Ah, para. Vamos?
LUCIANA – Vamos!
(RAMON festeja, gritando fervorosamente. Os três andam em direção à Boate 1140. CAM afasta, mostrando a praça por completo e a rua)”.
_CAPÍTULO 011 / CENA 002_
“(RAMON empurra LUCAS pra LUCIANA e sai do local, dançando. Ele encontra um rapaz e os dois dançam. Insinuam um beijo, se esfregam. LUCAS olha para LUCIANA).
LUCAS – Não repara não, o RAMON é meio avoado, assim.
LUCIANA – Percebi. (risos) Relaxa. Eu gosto muito dele. Uma ótima pessoa.
(LUCAS se aproxima).
LUCAS – E de mim?
LUCIANA – Sim, você também é um cara bem legal. Atraente, mas.../
(LUCAS interrompe LUCIANA com um beijo)”.
_CAPÍTULO 011 / CENA 005_
“(LUCIANA empurra LUCAS e sai correndo da Boate. LUCAS vai atrás e a para em frente à porta da saída, num local onde o som está abafado).
LUCAS – Desculpa, é que eu.../
LUCIANA – Você não poderia ter feito isso comigo.
LUCAS – Eu já lhe pedi desculpas, não/
LUCIANA – Não me importa, eu sou casada!
LUCAS – Casada?! Mas como eu poderia adivinhar? Nem aliança está usando.
LUCIANA – Meu casamento está em crise... Meu marido não me trata com aquele amor de antes. Estou carente...
LUCAS – Eu nunca poderia supor isso, me desculpe, mesmo. Não sabia.
LUCIANA – Tudo bem, o erro foi meu. Passar bem.
(LUCIANA sai do local)”.
FIM DO FLASHBACK
(LUCIANA olha para LUCAS e fica ali, paralisada. RAQUEL se despede de LUCAS, fazendo com que o rapaz volte em si).
RAQUEL – Até mais, LUCAS.
(As atenções de LUCAS voltam-se a RAQUEL. LUCIANA também, nisso, volta em si e, num ato de desespero, cruza por todos, entrando nos corredores das celas, sem permissão. RAQUEL sai. MAURO e CAMILA seguem LUCIANA. LUCAS percebe o fuzuê e vai atrás de todos).
CENA 003. CASA DE MARIANA. INTERIOR. SALA.
(CORTA A MÚSICA. MARIANA indaga PEDRO).
MARIANA – Foi você, não? Foi você quem assassinou SÉRGIO!
(CLOSE em PEDRO, sua expressão facial muda, expressão de horror. FUNDO: “Night Search”).
PEDRO – Não! Eu não, eu não fiz isso, não, eu não fiz nada!
MARIANA – Você me disse que teve uma conversa séria com ele, que o ameaçou. Portanto, você o matou, não?
PEDRO – Eu juro, eu juro que não fiz nada. Eu o ameacei, disse aquilo de ódio, ele pulou fora do que planejamos.
MARIANA – E porque esse medo todo, hein?
PEDRO – Tenho medo de ele ter falado com ALAN. Ou dele ter morrido, verdadeiramente.
MARIANA – Se a magia que fiz deu realmente certo, agora, ele não está mais entre nós.
PEDRO – Não me diga isso, não, isso não pode ter acontecido.
MARIANA – Qual é o problema? (T) O bom é que você não será desmascarado.
PEDRO – Temo por alguém ter presenciado nossa discussão, eu não sei, em todos os momentos eu olhava para os lados.
FLASHBACK
(Em flashes, mostra PEDRO bastante assustado, olha para os lados, incessantemente, enquanto conversa com SÉRGIO, que fica intrigado).
SÉRGIO – Tá assustado, o que há?
PEDRO – Sinto que estamos sendo observados.
SÉRGIO – Impressão sua. Olha a hora. Acha que alguém está acordado essa hora, ainda mais em dia de semana? Os únicos vagabundos daqui somos nós!
FIM DO FLASHBACK
MARIANA – E se alguém tiver realmente visto?
PEDRO – Estarei fodido. Por algo que eu não cometi, caso realmente isso tenha mesmo acontecido. Estou estranhando a ausência de ALAN, ele, com certeza, já desconfiaria que eu estivesse aqui.
MARIANA – Então?
PEDRO – SÉRGIO, provavelmente, está morto.
CENA 004. CELA. EXTERIOR. TARDE.
(FUNDO: “Adágio Gotas D’Água – Edom Oliveira”. LUCIANA dá de cara com ALAN, na cela. O jovem está desolado na cama e se levanta rapidamente, ao ver a mãe).
LUCIANA (chorando) – Meu filho! Olha o que fizeram com você. Porque isso, meu Deus, porque?!
ALAN – Mãe, minha mãe! Eu sou inocente! Mãe, por favor, não acredite em quem me incrimina. Eu não matei ninguém!
(LUCIANA mal consegue falar, chora mais do que isso. ALAN não se aguenta e desaba em choro também).
ALAN – Mãe, a justiça irá prevalecer, eu vou te dar o orgulho que nunca te dei. Sou errado mesmo, sou um nojento. Mas irei te dar orgulho.
LUCIANA – Filho, me perdoa. Me perdoa, filho, por favor! Eu te amo, me perdoa. Eu fui má contigo, eu nunca te amei, nunca fui uma boa mãe pra você. Mas eu quero consertar isso, quero mudar, eu quero ser a mãe que nunca fui! Filho, eu/
(LUCIANA tem um ataque do coração e isso a interrompe de falar. CLOSE em sua face. Ela arregala os olhos e cai lentamente ao chão. O instrumental toma conta da cena. ALAN se debate dentro da cela, segurando os ferros. Ele grita, histericamente. LUCIANA cai no chão. Nisso, LUCAS, MAURO e CAMILA chegam ao local. O pai de ALAN corre até a esposa, desesperado, em seguida, CAMILA, desesperada, também. Ele toma a mulher em seus braços, balança, grita. ALAN chora compulsivamente dentro da cela. Ele desaba no chão, desolado. MAURO grita. CAMILA chora também. LUCIANA está morta).
CENA 005. DELEGACIA. INTERIOR. ENTRADA.
(CÂM acende, mostrando os médicos retirando o corpo de LUCIANA. ALAN, já solto, anda com MAURO, abraçado. CAMILA atrás. Eles choram. LUCAS para ALAN).
LUCAS – Será que eu posso falar contigo?
MAURO – Filho, se não quiser, depois você fala. Eu espero que LUCAS entenda.
ALAN – Vamos resolver tudo logo de uma vez. Pai, se você quiser ir com CAMILA na frente, vá, eu vou em seguida.
(ALAN se vira e abraça o pai, fortemente. Ele sai com CAMILA. ALAN se vira a LUCAS. CORTA A MÚSICA).
LUCAS – Eu preciso te falar umas coisas. Venha comigo à sala do delegado.
ALAN – Tudo bem.
(LUCAS e ALAN se encaminham ao local).
CENA 006. RUAS DO RIO DE JANEIRO. TARDE.
(PABLO segura o braço de ÉRIKA).
PABLO – O que foi que aconteceu, você pode me falar?
ÉRIKA – Eu quero terminar com você!
PABLO – Uau! E o amor que dizia sentir por mim? Acabou?
ÉRIKA – Justamente por esse sentimento que eu quero dar um ponto final na nossa relação.
PABLO – Você está muito estranha. Após aquela ligação. Quem foi que falou contigo? E falou o que?
ÉRIKA – Não te interessa, eu só sei que não quero mais ficar com você!
PABLO – Você tem essa coragem, tem em me deixar?
(ÉRIKA nada responde. Ela engole seco. PABLO então, dá meia volta).
PABLO – Se quer isso, então eu te deixo. Adeus!
ÉRIKA (grita) – LOLÔ vai voltar ao Brasil!
(PABLO se vira. CLOSE em sua face).
CENA 007. DELEGACIA. INTERIOR. SALA DO DELEGADO.
(LUCAS finaliza o que tinha que dizer a ALAN. O jovem está desolado).
ALAN – Então foi tudo um plano, tudo um complô para me ferrarem... Fui um idiota em não ter percebido, SÉRGIO estava muito apressado, estava praticamente se jogando pra cima de mim... Como não notei isso... (T) O que mais me espanta é que ele nunca foi fisioterapeuta, me enganou. Fico embasbacado.
LUCAS – Não é que nunca tenha sido. Ele foi, mas deixou de exercer.
ALAN – De uma forma ou de outra, fui enganado.
LUCAS – Mas descobrimos a verdade e faremos uma busca em sua casa. PEDRO está lá?
ALAN – Provavelmente não, não deve estar. (T) Olha. Eu imagino onde ele esteja.
LUCAS – Onde?
ALAN – Na casa da minha ex-namorada, a MARIANA.
LUCAS – Aquela louca?
ALAN – Ela mesma!
CENA 008. CASA DE MARIANA. INTERIOR. SALA.
(FUNDO: “70’s Thriller – Guilherme Rios”. MARIANA está confusa).
MARIANA – Mas porque você não quer ir comigo?
PEDRO – Eu vou provar a verdade, vou explicar de uma vez por todas quem matou SÉRGIO.
MARIANA – Deixa de ser idiota. Você já está foragido por quase ter assassinado ALAN.
PEDRO – Mas eu vou provar, vou provar a todos que não matei ninguém. Eu não matei, não matei. Eles irão acreditar em mim. (T) Quero que você fuja, pegue o cheque, pegue minha arma e saia daqui.
MARIANA – Eu não vou sem você.
PEDRO – Vai, você vai sim!
CENA 009. RUAS DO RIO DE JANEIRO. TARDE.
(PABLO fica calado).
ÉRIKA – Quero que passe na minha casa quando ela vir e decida. Decida quem você quer. Eu ou ela!
(ÉRIKA se retira dali. CLOSE na face de PABLO).
CENA 010. IMAGENS. RJ. TARDE/NOITE.
(Imagens do anoitecer da cidade, carros cruzam, entre eles, algumas viaturas da polícia).
CENA 011. CASA DE MARIANA. INTERIOR. SALA.
(MARIANA surge, colocando a arma na cintura).
MARIANA – Eu não irei sem você, vamos fugir, vem!
(MARIANA tenta puxar PEDRO, mas ele se mantém firme no lugar. Som das sirenes das viaturas policiais).
PEDRO – Eu já te disse que não vou. Fuja logo! Fuja! Anda, vá!
(CLOSE em MARIANA).
A SEGUIR CENAS DO PENÚLTIMO CAPÍTULO
- MARIANA aponta a arma para alguém.
- ALAN e LUIZ andam pelas ruas.
- RAMON abraça LUCAS.
FIM DO CAPÍTULO
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