CAPÍTULO 007
Escrito Por GLALBER E. DUARTE
CENA 001. UNIVERSIDADE. INTERIOR. CORREDORES. RJ. DIA.
(Continuação imediata do capítulo anterior. RODRIGO leva as mãos a cabeça, voltando em si, medindo a catástrofe que fizera. ALAN avança em RODRIGO, dando tapas no mesmo).
ALAN – Monstro! Monstro! Eu te odeio. Seu desgraçado! Viu o que fez?!
RODRIGO (transtornado) – Me solta! Me solta.
ALAN – A casa caiu pra você. Tu responderá por seus atos.
RODRIGO – Me larga!
(RODRIGO corre, subindo as escadas, para o próximo andar. ALAN corre. Até LUIZ. Bate fraco em seu rosto).
ALAN – Acorda, amigo. Acorda! Meu Deus! Ajuda! Alguém ajuda!
CORTA PARA:
CENA 002. SALA DE AULA. INTERIOR.
(O PROFESSOR põe o pilot na mesa).
PROFESSOR – Enfim, isso é tudo por hoje. Vocês estão liberados para o intervalo.
(A classe se levanta e sai, rapidamente. Resta ÉRIKA, um tanto quanto desajeitada. Demoraste em arrumar seus materiais. PABLO aproxima-se, solícito).
PABLO – Quer uma ajudinha aí?
(ÉRIKA olha para PABLO. Logo se encanta. FUNDO: “Campo de Força – Sérgio Sá”).
CENA 003. SALA DE AULA. INTERIOR.
(Continuação da cena anterior ao intervalo comercial. Mesmo FUNDO da cena anterior, contínuo. ÉRIKA ajeita os óculos, tímida).
ÉRIKA – Que nada, não quero incomodar.
PABLO – E seria incomodo? Nenhum!
(PABLO ajuda a pôr as coisas na mochila de ÉRIKA).
ÉRIKA – Muito obrigada, mas não precisava realmente. Eu não precisava te incomodar.
PABLO – Vamos parar de doce, senão fico com diabetes! (risos) Piadinhas à parte, eu me chamo PABLO. Qual é a sua graça?
ÉRIKA – Não sou uma comediante, mas...
PABLO – Boba!
ÉRIKA – Meu nome é ÉRIKA.
PABLO – Nome lindo. Sabe... Você me lembra uma pessoa... (T) Ah, besteira!
ÉRIKA – Quem seria?
PABLO – Deixa pra lá, é besteira minha.
ÉRIKA – Agora fala, porque fiquei curiosa.
PABLO – E continuará a ficar. Já disse. Bobeira. (estende o braço / pigarra / encolhe a barriga, estufa o peito, feito um cavalheiro) Me daria a honra de acompanhar a senhorita durante o recreio?
ÉRIKA – Depois dessa pompa toda... Claro que vou!
(ÉRIKA cruza no braço de PABLO. Seu rosto levemente fica corado. Os dois saem).
CORTA PARA:
CENA 004. PARQUE DE MADUREIRA. INTERIOR.
(FUNDO: “O Que A Tua Glória Fez Comigo”. MARIANA levanta. Aliviada).
MARIANA – É, você tem razão. Não vale a pena eu ficar me lamentando. Queixando-me sobre a vontade do Senhor, que está feita. Sinto-me um pouco leve, triste, mas aliviada, ao saber que Jesus Cristo estás comigo. Me perdoe, meu Deus, me perdoe. Estou completamente arrependida, de todo meu coração.
PIETRO – É isso mesmo. Jesus está contigo. E eu também estarei.
(Pausa. PIETRO e MARIANA trocam olhares sugestivos. Envergonhados, tímidos. PIETRO dá aquele sorriso acanhado).
CORTA RAPIDAMENTE PARA:
CENA 005. ESCADARIAS DA UNIVERSIDADE. INTERIOR.
(FUNDO de TENSÃO. CARLOS surge. Vê o irmão caído ao chão e se desespera. Corre de encontro a ele e ALAN).
CARLOS – Gente, meu Deus. Garoto! O que houve com meu irmão?
ALAN – Aquele amigo dele, sei lá.
CARLOS – Um doido, homofóbico? RODRIGO, não?
ALAN – Sim, ele mesmo. Deu um ataque, bateu no seu irmão, que com o impacto, caiu rolando nestas escadas.
CARLOS – Eu não consigo acreditar. Não consigo crer que RODRIGO foi capaz de fazer isso. Mas porque? Qual foi o motivo da briga?
ALAN – Eu. RODRIGO me odeia, disse que sou gay.
CARLOS – Mas tu é?
(CLOSE em ALAN).
CORTA PARA:
CENA 006. CORREDORES.
(Desnorteado, RODRIGO corre pela Universidade, em direção ao térreo. Chega ao último andar. Entra numa sala, que tem uma escada para o local. Sobe nela).
CORTA PARA:
CENA 007. CASA DE CAMILA. INTERIOR. SÓTÃO. RJ. DIA.
(A senhora se levanta. FUNDO de COMÉDIA).
SENHORA – Eu, eu não seria capaz de fazer isso. Que nojo me dá, me embrulha o estômago só de pensar em se aproximar de um sapo, sentir o cheiro... Blergh!
CAMILA – Aí é com a senhora... Hum! Hum! Vosmessê quem sabe! Sei que não terá estrutura pra aguentar vários enfeites na testa...
SENHORA – Você me respeite!
CAMILA – E falei errado? Já sabe, é pegar ou largar.
(CLOSE em CAMILA, que faz uma expressão debochada).
CAMILA – Hum!
CORTA PARA:
CENA 008. ESCADARIA.
(ALAN repreende CARLOS. FIM da MÚSICA).
ALAN – Tá louco? Não sou gay não!
CARLOS – Foi mal, cara. Saiba que não tenho preconceito. Nem eu, nem LUIZ.
ALAN – LUIZ é gay?
CARLOS – Nada! Hétero que nem eu.
(ALAN não consegue disfarçar sua expressão de descontentamento).
CARLOS – Que há?
ALAN – Os médicos que demoram a chegar.
CARLOS – Preciso fazer algo. Promete que vai cuidar de meu irmão?
ALAN – Sim, lógico! Vou.
CARLOS – Daqui há pouco deve estar chegando o socorro. Qualquer coisa, me ligue. Anote meu número.
(CARLOS fala, com o áudio em OFF. Após, se despede de ALAN e sai de cena).
CORTA RAPIDAMENTE PARA:
CENA 009. TÉRREO DA UNIVERSIDADE. DIA.
(TENSÃO. RODRIGO leva as mãos à cabeça, desesperado).
RODRIGO – Olha a merda a qual fui fazer. E agora?!
CARLOS – Agora é que você vai levar uma bela porrada por isso!
(RODRIGO se vira, assustado. CAM mostra em diversos ângulos, essa virada de rosto do rapaz. CLOSE).
CORTA PARA:
A SEGUIR CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
- LUIZ é resgatado.
- CARLOS bate em RODRIGO.
- PABLO acaricia o rosto de ÉRIKA.
FIM DO CAPÍTULO.
Comentários
Postar um comentário